Nossas vivências na Sala de Recursos Multifuncional 2011/2012

sábado, 14 de setembro de 2013

Dificuldades na aprendizagem da matemática




Dificuldades na aprendizagem da matemática



Áreas de dificuldade que podem interferir no desempenho em matemática

Habilidades espaciais: as dificuldades em relações espaciais, distâncias, relações de tamanho e para formar sequências podem interferir em habilidades como: medir, estimar, resolver problemas e desenvolver conceitos geométricos.
Perseverança: são dificuldades para passar mentalmente de uma tarefa para outra,ou seja, atividade com vários passos para resolução.
Linguagem: são dificuldades para compreender termos como: primeiro, último, seguinte, maior que, menor que e outros.
Raciocínio abstrato: dificuldade na compreensão de conceitos abstratos, sendo necessária a utilização de material concreto para resolução.
Memória: dificuldade em relembrar informações que foram apresentadas.
Processo perceptivo: as dificuldades na área perceptiva acarretam problemas na leitura e escrita de quantidades, na realização de operações e em alguns casos na resolução de problemas.



Noções necessárias para a aprendizagem da matemática

Correspondência: agrupar um objeto com outro (um lápis para cada aluno).
Classificação: agrupar os objetos em categorias de acordo com alguns critérios (cor, tamanho, formato).
Seriação: ordenar objetos de acordo com o tamanho (do menor para o maior) ou de acordo com o peso (mais pesado para o menos pesado).
Conservação: operação mental necessária para a construção do raciocínio lógico. Constituição de objeto permanente (a bola existe mesmo quando sai do campo de visão do bebê).
Reversibilidade: capacidade de fazer, desfazer e fazer novamente.
Proporcionalidade: compreensão das noções lógico-matemáticas, das frações e probabilidades.
Numeração: compreensão do sentido do número como sendo mais do que uma simples palavra, pois se refere a um todo, composto por unidades incluídas nele e guardando a relação de ordem com o restante dos números.
Valor posicional: unidade, dezena, centena, etc.
Compreender operações: é importante não somente saber as respostas das operações, mas compreendê-las de fato.
Resolução de problemas: é necessária a compreensão do texto, ordenar partes do problema e a compreensão lógica do enunciado e das competências do raciocínio abstrato que são utilizados para resolvê-lo.



Os sinais da discalculia

Os sinais da discalculia podem começar quando a criança inicia sua vida escolar na pré-escola.Outras criança começam a apresentar dificuldades um pouco mais tarde.Mas como podemos reconhecer discalculia no dia-a-dia da criança ou do adulto? Para determinar se uma criança ou adulto tem discalculia é necessária uma avaliação rigorosa de um psicologo ou médico. Depois de diagnosticada a dificuldade, a ajuda de um psicopedagogo é muito importante.A lista de dificuldades exposta abaixo, não deve ser considerada como completa, mas mostra os exemplos mais comuns de dificuldades especificas da matemática que caracterizam a discalculia. Porém, se uma pessoa manifesta a maioria dos problemas relacionados na listagem, isso indica que a pessoa apresenta dificuldades gerais em matemática , e não, discalculia.

Dificuldades com leitura e compreensão:

Confusão com o aspecto parecido dos números, 6 e 9 ou 3 e 8;
Falta de habilidade para compreender os espaços entre os números como por exemplo: 5 69 é lido como quinhentos e sessenta e nove;

Dificuldades no reconhecimento, e portanto, no uso dos símbolos para calcular: mais, menos, multiplicação e divisão;

Dificuldades na leitura de números com mais de um dígito. Números com zero podem especialmente dificultar. Exemplo: 4002 ou 304;

Confusão na leitura da direção dos números: o 12 pode se tornar 21. Não é usual para algumas crianças mudarem a direção de alguns números que são lidos precisamente, da esquerda para direita, enquanto outras lêem de trás para frente;

Problemas com leitura de mapas, diagramas e tabuada;

Dificuldades com a escrita números e símbolos, com freqüência os números são revertidos;

Problemas com cópias de números, cálculos e ilustração de figuras geométricas;

Problemas em lembrar números, cálculos e memorizar a forma das figuras geométricas;

Dificuldades de lembrar como os números e as operações são escritas. Nesse caso, pode ser mais fácil para o aluno escrever os números com letras;

Dificuldades de lembrar como os símbolos matemáticas são escritos;

Dificuldades na escritas de números com mais de um dígito. O zero pode não aparecer na hora da escrita, por exemplo: mil cento e sete pode ser escrito 107; dezessete pode ser escrito como 71 ou ainda, quatro mil quinhentos e trinta e cinco ser escrito em quatro diferente números(o número pode ser dividido em partes): 4000, 5000, 30, 5;

Dificuldades em entender conceitos e símbolos;

Dificuldades em entender os símbolos matemáticos e dificuldade em lembrar como deve ser usado, por exemplo, o sinal de menos;

Problemas com o entendimento de conceitos de peso, espaço, direção e tempo;

Problemas para entender perguntas orais ou escritas que são apresentadas com palavras, texto ou figuras;

Problemas para entender conceito de soma, onde números são usados em conjunto com unidades como, por exemplo, 100 metros. O problemas também podem ser no entendimento dos números ordinais, pois não entendem a seqüência, primeiro, segundo terceiro, etc;

Problemas em entender as relações entre as unidades;

Problemas na aplicação prática da matemática, por exemplo: A distância da casa de Ana até a escola é de 1 km. Maria mora duas vezes mais longe. Qual a distancia que Maria tem que percorrer para chegar à escola?;

Problemas com a seqüência dos números e fatos matemáticos-
Dificuldades em entender a posição dos números, maior ou menor. Exemplo: 16 vem antes ou depois de 17.
Problemas com a seqüência dos números, a criança não entende automaticamente que 74 é 5 unidades a mais que 69, ou é incapaz de saber o lugar dos números 8 ou 27 na série numérica. Essas crianças tem que contar nos dedos para fazer um cálculo básico. Não conseguem memorizar a tabuada de multiplicação;

Dificuldades em fazer cálculos mentais, devido a problemas de memória que faz com que o aluno perca números importantes usados na no cálculo;

Problemas com contagem de trás para frente.Levam muito tempo para resolver tarefas simples;

Problemas com pensamentos complexos;

Dificuldades de escrever um pensamento, mostrando falta de habilidade para demostrar a estratégia na resolução de problemas ou como as estratégias podem se mudadas;

Problemas em compreender os diferentes de passos em uma tarefa matemática;

Dificuldades em abstrair dados em uma tarefa matemática e como proceder para resolvê-la;

Outras dificuldades:

Dificuldades com conceitos semelhantes de passado e futuro;

Dificuldades em avaliar tarefas ou atividades que devem ser cumpridas;

Fraca orientação espacial ou habilidades de resolver problemas espacias, mostrando ter limitado senso de direção ou tendo dificuldades de se ajustar a novos ambientes. Exemplo: Um novo trajeto para se chegar a escola;

Variações de atenção e dificuldades de concentração;

Memória limitada para nomes e rostos.Dificuldades em administrar dinheiro;

Dificuldades em ler as horas;

Dificuldades em processar informações apresentadas rapidamente e também distinguir o que é importante;

Dificuldades com jogos que envolvam estratégia. Exemplo: xadrez.


Texto traduzido do livro: 
What is dyscalculia? Dr B. Adler, 2001, pg 14 - 17.

  
 

Psicomotricidade na Discalculia


As dificuldades de aprendizagem da matemática são frequentemente camufladas por situações como Dislexia e/ou a Disgrafia. Sabemos que a estruturação perceptiva desempenha um papel fundamental no desenvolvimento da matemática. O papel da psicomotricidade, nos períodos pré-escolar e escolar, será auxiliar a criança na passagem da fase perceptiva à fase da representação mental, bem como na consolidação dos conceitos inerentes à matemática.  Assim, todas as atividades vividas pela criança serão analisadas do ponto de vista perceptivo, posteriormente simbolizadas, tanto na plano verbal como no gráfico (Matias, 2010).

Exercícios de reforço Lateralidade:
Realizar jogos de arremesso, ora com lado direito, ora com o lado esquerdo. Em crianças mais pequenas não deverá ser mencionado lado direito nem esquerdo mas sim "este lado" e agora o "outro lado". A instrução poderá ser associada a uma informação tátil.Continuar com a tarefa anterior mas em atividades de pontapear. Em crianças mais velhas, colocar no chão , em linha, bolas de papel (de diâmetro suficiente para caber um pé em cima da bola) e de duas cores, alternadas. Uma cor corresponde ao pé direito e a outra ao pé esquerdo. A criança deverá colocar o pé na cor correspondente. Trocar as correspondência e a disposição das bolas.

Exercícios de reforço da Noção do Corpo associada à Noção de Quantidade:
Mostrar à criança as diferentes formas de mostrar dos dedos, mediante o pedido. Começar por mostrar até três e enumerar gradualmente;
Continuar com a tarefa anterior, mas associado a uma quantidade equivalente de um objecto à escolha (exemplos: bolas, lápis, bonecos);
Realizar a primeira tarefa mas associar a movimentos corporais globais, como saltos, passos;
De frente para o espelho e com a ajuda de alguns objectos (arcos, bastões e cordas), posicionar o corpo segundo a forma de um número.

Exercícios de reforço da Estruturação Espaço-Temporal:
Comparar tamanhos de objetos, introduzindo as noções de altura, comprimento e largura;
Realizar filas de objetos, de forma a poder identificar o primeiro e o último, em função da posição da criança;
Ordenar fotografias da criança, do seu pai (ou mãe) e do seu avô (ou avó). Primeiro ordenar dos mais novo para o mais velho, e posteriormente fazer o inverso;
Montar um cronograma diário, em que estejam representadas as diferentes partes do dia e as principais refeições. Debaixo delas deverão constar desenhos ou fotografias, das atividades realizadas pela criança.

Exercícios de reforço da Atividade Perceptivo-Motora:
De frente para o espelho, a criança deverá colocar-se numa posição, a qual será imitada parcialmente pelo técnico. A criança deverá identificar as diferenças. Trocar;
A criança realiza uma pequena sequência de movimentos (exemplo: saltar, bater uma palma e sentar), a qual será imitada parcialmente pelo técnico. A criança deverá identificar as diferenças. Trocar;
Com cordas, ajudar a criança a construir figuras geométricas no chão. Passar por cima das cordas, pé ante pé, ajudando a criança a verbalizar o trajecto que acabou de realizar, em cada uma das figuras;
Desenhar as figuras geométricas numa folha e explicar as diferenças. Em crianças mais pequenas, o tracejado poderá ser usado como suporte ao desenho, bem como o sei discurso poderá ser apoiado em perguntas do técnico.

Referência Bibliográfica:
Matias, A.R. (2010, Março). Psicomotricidade: Dificuldades na aprendizagem da matemática. O Guia para Pais e Educadores, (28), 8.

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